Por: Rafael Adriano Silva
Barbacena/MG
"Fizeram-nos muitas promessas, mais do que me posso lembrar, mas eles nunca as cumpriram, menos uma: prometeram tomar nossa terra e a tomaram." - Nuvem Vermelha, dos Sioux Oglala Teton.
Barbacena/MG
"Fizeram-nos muitas promessas, mais do que me posso lembrar, mas eles nunca as cumpriram, menos uma: prometeram tomar nossa terra e a tomaram." - Nuvem Vermelha, dos Sioux Oglala Teton.
A obra-prima do historiador norte-americano Dee Brown, resultado de uma profunda pesquisa a respeito das consequências sangrentas da colonização dos Estados Unidos pelo homem branco. Publicado em 1970, mudou radicalmente a maneira de se pensar a conquista do Velho Oeste, desmistificando a visão hoolywoodiana dos bondosos e heróicos mocinhos brancos, contra os ardilosos vilões de pele vermelha. Sua importância no que tange à demolição da história contada pela ótica do conquistador, é tamanha, que esta obra já foi traduzida para dezessete línguas e vendeu quatro milhões de cópias, tornando-se o livro mais importante a respeito do assunto, e o relato mais fidedigno sobre o genocídio praticado contra os povos nativos norte-americanos.

Versando sobre um tema extremamente complexo, o autor impressiona por usar uma linguagem de fácil entendimento, o que prende a atenção do leitor até a página final. Os capítulos são estruturados a partir das grandes batalhas, que são expostas com tanto realismo que fica impossível para o leitor não esboçar sua repulsa com a forma com que os homens brancos agem, e sua indignação por evidentemente ter feito parte disto, mesmo que indiretamente.



Em meio a este turbilhão de informações estarrecedoras, somos arrebatados pelo estranho sentimento de saber como viviam nações que somente até o momento conheciamos apenas pelos nomes em breves menções nos livros de história como os Apaches, Cheyennes, Siouxs e Navarros, e por figuras históricas como: Cochise, Touro Sentado, Jerônimo e Cavalo Louco. Povos e figuras que nos foram apresentados como meros personagens coadjuvantes, quase fictícios, em uma encenação fantasiosa da saga da civilização ocidental.

E poucos não conseguem se sensibilizar ao saber que fazem parte de uma cultura civilizatória egoísta, ignorante e gananciosa.
Uma obra que sem sembra de dúvidas deve ser lida e relida sob as conjunturas atuais, inclusiva a transpondo para a nossa realidade nacional, que não foi diferente desta em nada, para que possamos sempre ter em mente o alto custo e os baixos escrúpulos envolvidos nos processos que nos levaram a ter a vida como conhecemos atualmente.
Livros assim, que retratam a realidade de forma mais real, sempre são muito interessantes. estamos todos habituados a ver as passagens históricas de forma mais mágica, como é retratado na maioria das vezes pelo cinema, e com isso alguns episódios considerados 'pesados' ou de interesse político, passam desapercebidos ou são omitidos propositalmente.
ResponderExcluirÉ preciso que a realidade possa chegar até as pessoas!
Eu não conheço o livro, mas despertou meu interesse, pois gosto muito de história. Teu relato aqui foi excelente.
Até a próxima!